E, assim, valorizo muito mais o sofrimento
Em que viveram e vivem os meus parentes.Um "acidente" te causou danos,
Tia Quininha do nosso coração,
Que vives há sessenta e cinco anos,
Tendo a casa como prisão.
Sempre foste uma pessoa calma e paciente
E enfrentaste as dificuldades com tanta alegria!
Cresci sem me aperceber que eras deficiente
Pois para mim eras tudo o que de melhor havia.
Não andavas, mas isso não te impedia
de cuidar de mim e de meu irmão.
Mãe-da-cama te chamavamos e não tia,
Porque amor de mãe havia no teu coração.
Mais tarde, dos meus filhos cuidaste
E na tua cama os punhas, ao teu lado.
Como netos queridos os trataste
Sem nada te causar dor ou enfado.
Hoje tens setenta e oito, mas estás fresquinha,
Conformada com a vida e com a tua sorte.
Vives com meus pais, não estás sozinha,
E demonstras que nessa "solidão", és forte.
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