Dia: Quem vem lá?
Min: Sou eu, não me conheces?
Dia: Tu quem?
Min: Maria de Lurdes, a grande mulher, a ministra que mais apareceu na televisão.
Dia: E agora vens para aqui em tão má ocasião.
Min: Para onde é que tu vais?
Dia: Para as chamas infernais.
Que para ti estão preparadas.
Min: Aí nunca hei-de entrar; Pois fiz cousas grandiosas como nunca.
Dia: Irritaste todos os professores,
Que por isso se tornaram tão lutadores.
Uniste-os como nunca!
Dividiste-os em titulares e não titulares,
Mudaste-lhes as avaliações,
Congelaste-lhes a progressão na carreira,
Não lhes aumentaste o salário.
Impuseste, aos alunos, as aulas de substituição,
Inventaste planos de recuperação.Min: Era o melhor para a escola e também para os alunos.
Dia: Isso era o que pensavas.
E tanta graça achavas ao veres como os revoltavas.
Min: Mas eu só queria a paz…
Dia: Mas esta nunca se faz
Com injustiças tremendas.
Min: Nunca senti que as houvesse.
Dia: E por isso todos fizeram
Manifestações enormes,
Como nunca se viu igual
No pequeno Portugal.
Entra com a tua maldade
Min: Livra! Contigo não quero nada.
Já na terra fui mal amada.
Quero alguém com coração
E que me dê alguma razão.
(vai até a barca do anjo, entra com uma voz arrogante)
Min: Ó da barca!
Anjo: Que queres?
Min: Partir contigo, meu anjo.
Anjo: Não penses que entra aqui
Arrogância e presunção.
Min: Também concordo contigo, isso eu sempre evitei
E na vida que levei
Fui humilde mas tive a acção
De emendar e dar sansão
A quem não queria cumprir
Tudo aquilo que eu mandei.
Anjo: Ainda não te arrependeste
Do mal que lá causaste?
Min: Por mal eu nada fiz.
Quis melhorar o país
Pô-lo ao nível europeu
E, pelas estatísticas,
Sucesso se conseguiu.
Anjo: Tudo com um único fim:
Trabalhar p`rás estatísticas
E reduzir às despesas
Dos trabalhadores públicos,
Para os grandes, como tu,
Terem chorudos salários.
Min: Para aquilo que eu fazia
Era pouco o que recebia.
Deixa-me embarcar contigo…
Anjo: Pena foi que essa humildade
Não a tivesses vivido.
Vai, outro marinheiro te espera
(Chega à barca do Diabo, chorando)
Min: Marinheiro, dá-me a escada
Para eu entrar sem demora.
Fui até a barca do AnjoMas ele mandou-me embora.
Disse que eu era só maldade
Mas isso não é verdade
Dia: Entra, Lurdinhas de Melgaço
E não estejas com cagaço.
Que estão à tua espera
Manifestações luminosas
Para te darem a punição.
Ricardo, Bruna, Flávia e Rafael
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